sexta-feira, 13 de março de 2015

Herbário: Sorghum vulgare & Manihot esculenta

Nome Cientifico:  Sorghum vulgare
Família: Poaceae
Nomes populares: sorgo, capim massambará, pasto russo, erva-de-são-joão
Principio tóxico ativo: durrina
Mecanismo de ação: a durrina é um glicosídeo cianogênico e produz no organismo o cianeto de hidrogênio que é potencialmente toxico. O cianeto inibe vários complexos enzimáticos, interrompendo o transporte de elétrons na cadeia respiratória, ocorrendo anóxia histotóxica (asfixia tissular). Quando o material vegetal é dilacerado como, por exemplo, mediante a mastigação, o glicosídeo em presença de água é hidrolisado enzimaticamente por ß-glicosidases. Em pH ácido (estômago de monogástricos) essas enzimas não atuam e a liberação de cianeto é lenta, permitindo sua eliminação sem atingir concentrações tóxicas. Em pH 7.0 (estômago de ruminantes) os glicosídeos são hidrolisados rapidamente, liberando cianeto. Por isso os ruminantes são mais suscetíveis a intoxicação.
Animais comumente afetados: bovinos e outros ruminantes.
Sinais clínicos: sinais de agitação, cambaleio e queda, timpanismo, depressão, desconforto abdominal, salivação espumosa, dispnéia com ofegância e taquipnéia, tremores musculares e descoordenação com andar cambaleante.

Diagnóstico: O diagnóstico de intoxicação por Cianogênicos é difícil. A observação dos sinais clínicos que do animal e buscar as áreas em que o mesmo se alimentou nas últimas horas e a identificação da planta não deixa dúvidas.


Possíveis tratamentos: alguns animais possuem um mecanismo de desintoxicação que evita a morte quando o cianeto é liberado lentamente. Porém o mecanismo só existe em animais com pH estomacal em torno de 3.0, por exemplo, suíno. Animais poligástricos com pH 7.0, não possuem tal mecanismo. Solução aquosa de tiossulfato de sódio a 20% na dosagem de 50 mL/100 kg de peso vivo, por via endovenosa, o qual funciona como antídoto. Esse tratamento pode ser repetido mais de uma vez, caso seja necessário.





Imagem:
Sorghum vulgare
Fonte: Encyclopedia of Life







Bibliografia

INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS HOMEOPÁTICOS, FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE SÃO PAULO, DÉBORA GIKOVATE BARG, PLANTAS TÓXICAS SÃO PAULO – SP 2004

Intoxicação por Sorghum halepense (Poaceae) em bovinos nosemi-árido, J. Escarião da Nóbrega Jr, Franklin Riet-Correa, Rosane M.T. Medeirose Antônio F.M. Dantas, Pesq. Vet. Bras. 26(4):201-204, out./dez. 2006

FATORES ANTI-NUTRICIONAIS PARA RUMINANTES, Dorgival Morais de Lima Júnior, Paulo de Barros Sáles Monteiro, Adriano Henrique do Nascimento Rangel, Michel do Vale Maciel, Steffan Edward Octávio Oliveira, Diego Alencar Freire, Acta Veterinaria Brasilica, v.3, n.4, p.132-143, 2010.

Curso de Toxicologia Aplicada, Modulo XI – Envenenamento por Plantas, Síndrome Cianogênica, Sony de Freitas Itho (TOXCEN - Vitória), Pedro Pereira de Oliveira Pardal (CIT - Belém) Disponível em: <http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mXI.sincia.htm> Acesso em: 11 mar. 2015

Roots, tubers, plantains and bananas in human nutrition, FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, Capítulo 7, Rome, 1990. Disponível em <http://www.fao.org/docrep/t0207e/T0207E00.htm#Contents> Acesso em: 11 mar. 2015

INTOXICAÇÕES POR PLANTAS CIANOGÊNICAS NO BRASIL, Sara Lucena de AMORIM, Rosane Maria Trindade de MEDEIROS & Franklin RIETCORREA, Centro de Saúde e Tecnologia Rural/Universidade Federal de Campina Grande, Ciência Animal, 16(1):17-26, 2006.

Nome Cientifico: Manihot esculenta Crantz
Família: Euphorbiaceae
Nomes populares: aipim, macaxeira, mandioca.
Principio tóxico ativo: linamarina
Mecanismo de ação a linamarina é um glicosídeo cianogênico e produz no organismo o cianeto de hidrogênio que é potencialmente toxico. O cianeto inibe vários complexos enzimáticos, interrompendo o transporte de elétrons na cadeia respiratória, ocorrendo anóxia histotóxica (asfixia tissular). Quando o material vegetal é dilacerado como, por exemplo, mediante a mastigação, o glicosídeo em presença de água é hidrolisado enzimaticamente por ß-glicosidases. Em pH ácido (estômago de monogástricos) essas enzimas não atuam e a liberação de cianeto é lenta, permitindo sua eliminação sem atingir concentrações tóxicas. Em pH 7.0 (estômago de ruminantes) os glicosídeos são hidrolisados rapidamente, liberando cianeto. Por isso os ruminantes são mais suscetíveis a intoxicação.
Animais comumente afetados: bovinos e outros ruminantes.
Sinais clínicos: dispnéia, taquicardia, mucosas cianóticas, sialorreia, tremores musculares intensos, andar cambaleante a ponto de o animal cair, nistagmo e opistótono. Finalmente ocorre queda seguida de decúbito lateral, dispnéia cada vez mais acentuada e coma.

Diagnóstico: O diagnóstico de intoxicação por Cianogênicos é difícil. A observação dos sinais clínicos que do animal e buscar as áreas em que o mesmo se alimentou nas últimas horas e a identificação da planta não deixa dúvidas.

Possíveis tratamentos: alguns animais possuem um mecanismo de desintoxicação que evita a morte quando o cianeto é liberado lentamente. Porém o mecanismo só existe em animais com pH estomacal em torno de 3.0, por exemplo, suíno. Animais poligástricos com pH 7.0, não possuem tal mecanismo. Solução aquosa de tiossulfato de sódio a 20% na dosagem de 50 mL/100 kg de peso vivo, por via endovenosa, o qual funciona como antídoto. Esse tratamento pode ser repetido mais de uma vez, caso seja necessário.






Imagem:
Manihot esculenta
Fonte: Encyclopedia of Life










Bibliografia

Roots, tubers, plantains and bananas in human nutrition, FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, Capítulo 7, Rome, 1990. Disponível em: <http://www.fao.org/docrep/t0207e/T0207E00.htm#Contents> Acesso 11 mar. 2015.

 Curso de Toxicologia Aplicada, Modulo XI – Envenenamento por Plantas, Síndrome Cianogênica, Sony de Freitas Itho (TOXCEN - Vitória), Pedro Pereira de Oliveira Pardal (CIT - Belém). Disponível em <http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mXI.sincia.htm> Acesso em: 11 mar. 2015.

FATORES ANTI-NUTRICIONAIS PARA RUMINANTES, Dorgival Morais de Lima Júnior, Paulo de Barros Sáles Monteiro, Adriano Henrique do Nascimento Rangel, Michel do Vale Maciel, Steffan Edward Octávio Oliveira, Diego Alencar Freire, Acta Veterinaria Brasilica, v.3, n.4, p.132-143, 2010.

INTOXICAÇÕES POR PLANTAS CIANOGÊNICAS NO BRASIL, Sara Lucena de AMORIM, Rosane Maria Trindade de MEDEIROS & Franklin RIETCORREA, Centro de Saúde e Tecnologia Rural/Universidade Federal de Campina Grande, Ciência Animal, 16(1):17-26, 2006.

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